Shomin-Geki é um gênero do cinema japonês que foca nos dramas de pessoas comuns e dois proeminentes diretores são considerados mestres: Mikio Naruse e Yasujiro Ozu. No cinema contemporâneo do Japão, é impossível não relacionar o gênero ao corpo do trabalho do diretor Hirokazu Kore-eda, que recentemente ganhou a Palma de Ouro em Cannes. Esses filmes retratam a rotina na vida de pessoas comuns por meio de pequenas ações, que, em conjunto, carregam uma grande carga emocional.

A Mostra Shomin-Geki Cinema, a família segundo Ozu, Naruse e Kore-eda vai exibir os melhores filmes desse gênero focando nos clássicos diretores, assim como nos contemporâneos. Além de incluir uma pequena retrospectiva do diretor Hirokazu Kore-eda, serão explorados novos olhares das diretoras Naomi Kawase e Miwa Nishikawa e o drama de Kiyoshi Kurosawa, Tokyo Sonata.



PROGRAMAÇÃO


dia 3/7 - terça

17h00 Seguindo em frente
19h30 O sabor da vida


dia 4/7 - quarta

17h00 Nossa irmã mais nova
19h30 A luz da ilusão


dia 5/7 - quinta

17h00 Vida de casado
19h30 A eterna desculpa


dia 6/7 - sexta

17h00 Mamãe
19h30 Era uma vez em Tóquio


dia 7/7 - sábado

15h A rotina tem seu encanto
18h Fim de verão
20h Tokyo Sonata


dia 8/7 - domingo

15h00 Depois da tempestade
17h30 Pais e filhos
20h00 Seguindo em frente


dia 10/7 - terça

17h00 Vida de casado
19h30 Nossa irmã mais nova


dia 11/7 - quarta

17h00 O que eu mais desejo
19h30 Ninguém pode saber


dia 12/7 - quinta

17h00 Depois da tempestade
19h30 Pais e filhos


dia 13/7 - sexta

17h00 Fim de verão
19h30 Era uma vez em Tóquio


dia 14/7 - sábado

15h00 O que eu mais desejo
17h30 Ninguém pode saber
20h10 O sabor da vida



SINOPSES E FICHAS TÉCNICAS


Depois da tempestade
(Umi yori mo Mada Fukaku, Japão, 2016, 120min, 2D, DCP, 10 anos)
direção: de Hirokazu Kore-eda – elenco: Hiroshi Abe, Yoko Maki, Kirin Kiki
O Japão está prestes a receber o 23º tufão do ano. A matriarca Yoshiko, uma mulher idosa que mora sozinha, recebe a visita de dois filhos que não costumam ir à sua casa: Ryota, um escritor fracassado que ainda sofre com o divórcio e se arrisca fazendo bicos de detetive, e a filha mais velha, que tenta passar por exemplo da família, mas também tem seus problemas. Juntos, eles aguardam a chegada do tufão e relembram a morte recente do pai e marido.


Era uma vez em Tóquio
(Tokyo monogatari, Japão, 1953, 136min, DCP, 10 anos)
direção: Yasujirô Ozu – elenco: Chishu Ryu, Setsuko Hara, Sô Yamamura
Um casal de idosos deixa sua filha no campo para visitar os outros filhos em Tóquio, cidade que eles nunca tinham ido. Porém os filhos os recebem com indiferença, e estão sempre muito atarefados para terem tempo para os pais. Apenas a nora deles, que perdeu o marido na guerra, parece dar atenção aos dois. Quando a mãe fica doente, os filhos vão visitá-la junto com a nora, e complexos sentimentos são revelados.


A eterna desculpa
(Nagai iiwake, Japão, 2016, 124min, 2D, Bluray, 12 anos)
direção: Miwa Nishikawa – elenco: Masahiro Motoki, Pistol Takehara, Eri Fukatsu
Um escritor que ficou viúvo recentemente, cuja esposa morreu em um acidente de ônibus, impulsivamente oferece para cuidar dos filhos de um trabalhador que perdeu sua esposa no mesmo acidente.


Fim de verão
(Kohayagawa-ke no aki, Japão, 1961, 98min, 2D, 16mm, 10 anos)
direção: de Yasujirô Ozu – elenco: Ganjirô Nakamura, Setsuko Hara, Keiju Kobayashi
Retrato das mudanças sofridas pelo Japão após a Segunda Guerra Mundial. A época é retratada através da família Kohayagawa, proprietária de uma fábrica de sakê.


A luz da ilusão
(Maboroshi no hikari, Japão, 1995, 110min, 2D, cópia digital, 14 anos)
direção: Hirokazu Kore-eda – elenco: Makiko Esumi, Takashi Naitô, Tadanobu Asano
O marido de uma jovem mulher aparentemente comete suicídio sem qualquer aviso ou razão, deixando sua esposa e filha sozinhas. Yumiko se casa novamente e se muda para uma pequena vila de pescadores em Osaka, ainda assim Yumiko busca o significado de solidão no mundo.


Mamãe
(Okaasan, Japão, 1952, 98min, 2D, DVD, 10 anos)
direção: Mikio Naruse – elenco: Kinuyo Tanaka, Kyôko Kagawa, Eiji Okada, Akihiko Katayama
A família Fukuhara trabalha duro para se reerguer após a Segunda Guerra Mundial e finalmente consegue reabrir sua lavanderia e conta com a ajuda de Kimura um velho aprendiz de Ryosaku. Após as mortes seguidas do filho mais velho e do marido, do casamento da filha mais nova e da saída de Kimura da lavanderia, Masako tem que cuidar sozinha da loja. Toshiko, a filha mais velha que está com planos para se casar pergunta se a mãe é realmente feliz.


Ninguém pode saber
(Dare mo shiranai, Japão, 2005, 141min, 2D, DCP, 12 anos)
direção: Hirokazu Kore-eda – elenco: Yûya Yagira, Ayu Kitaura, Hiei Kimura
Quatro irmãos mudam-se com sua mãe para um pequeno apartamento em Tóquio, sendo que todos têm pais diferentes. As crianças nunca foram à escola e apenas o filho mais velho entra caminhando normalmente no novo apartamento, com os outros chegando escondidos em malas. Ninguém pode ficar sabendo que mais de três pessoas vivem ali, sob o risco de serem expulsos. Tudo vai bem até que, um certo dia, a mãe (You) vai embora, deixando para o filho mais velho, Akira (Yuya Yagira), de 12 anos, um bilhete e um pouco de dinheiro. Começa então o duro processo de amadurecimento precoce de Akira. Kore-eda mira sua atenção à crise endêmica do abandono infantil, centrando seu filme em uma família de quatro crianças.


Nossa irmã mais nova
(Umimachi Diary, Japão, 2016, 127min, 2D, DCP, 10 anos)
direção: de Hirokazu Kore-eda – elenco: Haruka Ayase, Masami Nagasawa, Kaho
Sachi (Haruka Ayase), Yoshino (Masami Nagasawa) e Chika (Kaho) são irmãs e vivem juntas em uma casa que pertence à família há tempos. Apesar de não verem o pai há 15 anos, elas resolvem ir ao seu enterro. Lá conhecem a adolescente Suzu Asano (Suzu Hirose), sua meia-irmã. Logo as três irmãs convidam Suzu para que more com elas. O convite é aceito e, a partir de então, elas passam a conviver juntas e aprendem os pontos sensíveis relacionados ao pai em comum.


Pais e filhos
(Soshite Chichi ni Naru, Japão, 2013, 120min, 2D, DCP, 14 anos)
direção: Hirokazu Kore-eda – elenco: Masaharu Fukuyama, Machiko Ono, Rirî Furankî
Esta é a história de um grande homem de negócios, obcecado pelo dinheiro e pelo sucesso. Sua vida sofre uma grande transformação quando ele descobre que está criando o filho de outro homem há seis anos, já que seu filho biológico foi trocado por engano na maternidade.


O que eu mais desejo
(Kiseki, Japão, 2012, 128min, 2D, 35mm, 12 anos)
direção: Hirokazu Kore-eda – elenco: Koki Maeda, Ohshirô Maeda, Ryôga Hayashi
Vencedor do Prêmio do Júri no Festival Internacional de Cinema de San Sebastián com o melhor roteiro, o filme traz a história de Koichi e Ryunosuke, dois irmãos separados pelo divórcio dos pais.


A rotina tem seu encanto
(Sanma no aji, Japão, 1962, 152min, 2D, 16mm, 10 anos)
direção: Yasujirô Ozu – elenco: Chishu Ryu, Shima Iwashita, Keiji Sada
Após um encontro com amigos, o militar viúvo Shuhei Hirayama (Chishû Ryû) passa a temer que sua filha Michiko (Shima Iwashita), de 24 anos, fique solteira para sempre e, consequentemente, amarga e triste. Ele decide então procurar um bom partido para a moça e uma companheira para cuidar dele na velhice.


O sabor da vida
(An, Japão, 2015, 113min, 2D, DCP, 14 anos)
direção: Naomi Kawase – elenco: Kirin Kiki, Masatoshi Nagase, Kyara Uchida
Sentaro (Masatoshi Nagase) dirige uma pequena padaria que serve dorayakis – bolos recheados com pasta doce de feijão vermelho. Quando uma senhora de idade, Tokue (Kirin Kiki), se oferece para ajudar na cozinha, ele relutantemente aceita. Mas Tokue prova ter mágica em suas mãos quando se trata de fazer “AN”. Graças à sua receita secreta, o pequeno negócio logo floresce e, com o tempo, Sentaro e Tokue abrem seus corações, revelando velhas feridas.


Seguindo em frente
(Aruitemo aruitemo, Japão, 2009, 115min, 2D, cópia digital, 12 anos)
direção: Hirokazu Kore-eda – elenco: Hiroshi Abe, Yui Natsukawa
A família Yokoyama se reúne anualmente em memória de seu filho mais velho, Junpei, que morreu afogado ao tentar salvar a vida de outro garoto. Os dois outros filhos remanescentes, agora crescidos, trazem suas próprias famílias para visitar seus pais idosos num belo dia de verão. Reunidos na casa grande e aconchegante que todos conhecem bem, a família brinca e se alegra, mas também compartilha lembranças e tristezas, que reacendem mágoas antigas e fazem a tensão crescer no ambiente.


Tokyo Sonata
(Japão, 1952, 119min, 2D, DVD, 14 anos)
direção: Kiyoshi Kurosawa – elenco: Haruka Igawa, Inowaki Kai, Jason Gray, Kyôko Koizumi, Teruyuki Kagawa
Aparentemente, esta é uma típica família japonesa. O pai, Ryuhei, é despedido e esconde o fato de todos. O filho mais velho, Takashi, está cada vez mais distante do lar. Kenji, o mais novo, está na pré-adolescência e entra em conflito com os pais em busca de auto-afirmação. A mãe, Megumi, por sua vez, sente dificuldades em seguir cumprindo seu papel de força agregadora. Quando Kenji decide deixar de pagar por sua alimentação escolar para freqüentar um curso de piano às escondidas, o colapso da família vem à tona.


Vida de casado
(Meshi, Japão, 1951, 97min, 2D, 16mm, 10 anos)
direção: Mikio Naruse – elenco: Ken Uehara, Setsuko Hara, Yukiko Shimazaki
Baseado em romance inacabado de Fumiko Hayashi, relata o drama de um casal que se muda para um bairro humilde em Osaka, após o fim da Segunda Guerra Mundial. O amor vai aos poucos se confrontando com as dificuldades financeiras do casal. Cansada de sua rotina e descontente com a chegada de uma prima do marido, Michyo abandona sua casa e volta para Tóquio, onde tenta iniciar uma nova vida.


SERVIÇO


Mostra Shomin-Geki Cinema,
a família segundo Ozu, Naruse e Kore-eda
de 3 a 14 de julho de 2018

Centro Cultural São Paulo (CCSP) | Sala Lima Barreto (99 lugares)
R. Vergueiro, 1.000 - Paraíso (estação Vergueiro do metrô)
Entrada gratuita (a bilheteria será aberta uma hora antes da primeira sessão do dia)