Existe um cinema paulista? Ou melhor, é certo que existe cinema paulista, mas é legítimo falar de um cinema paulista? O que faz do cinema paulista um cinema paulista? As indagações são críticas, não depreciativas. Propor uma mostra sobre o cinema paulista significa, antes de tudo, examinar essas questões. Respostas inventivas e não menos surpreendentes, no caso de havê-las, delas dependem o valor da mostra – e também dos filmes, pois são deles que são feitas nossas respostas.

O Centro Cultural São Paulo recebe a mostra São Paulo – Cinema Anônimo, com curadoria de João Campos e Rodrigo Pinto, que propõe definir um cinema paulista dentro do cenário independente, com sessões de longas e curtas-metragens contemporâneos, promovendo debates com realizadores e curadores da mostra.

PROGRAMAÇÃO


dia 16/2 – sexta
16h Curtas 1
19h Jovens infelizes ou um homem que grita não é um urso que dança

dia 17/2 – sábado
15h Sinfonia da Necrópole
17h Debate: Cinema Paulista – passado, presente e futuro
19h30 Curtas 2

dia 18/2 – domingo
15h Avanti Poppolo
17h Curtas 3
19h30 O que se move

dia 20/2 – terça
16h Proxy reverso
19h Curtas 4

dia 21/2 – quarta
16h Precisamos falar do assédio
19h Curtas 5

dia 22/2 – quinta
16h Ressuscita-me: A luta vive + Filme de aborto
19h Curtas 6

dia 23/2 – sexta
16h Escolas em Luta
19h Curtas 7

dia 24/2 – sábado
15h Curtas 8
18h Videolência + Debate: A possibilidade de um cinema organizado em torno de coletivos (a experiência do extinto Coletivo de Vídeo Popular e dos demais coletivos em atividade

dia 25/2 – domingo
15h Curtas 9
17h Os dias com ele
19h30 Curtas 10

dia 27/2 – terça
16h Curta: Ressuscita-me: A luta vive + Filme de aborto
19h Curtas 11

dia 28/2 – quarta
16h A+B = C + Nova Dubai
19h Debate: O queer enquanto forma em São Paulo


SINOPSES E FICHAS TÉCNICAS


A+B = C, de Steffi Braucks
(Brasil, 2015, 21min)
Algumas imagens nunca encontram os olhos.

Avanti Poppolo, de Michael Wahrman
(Brasil, 2014, 72min)
Um dia, André encontra uma série de películas Super 8mm, filmadas por seu irmão durante a ditadura militar dos anos 1970. Com estas imagens, ele se lembra das histórias vividas por seu pai, um homem que até hoje espera pelo filho, desaparecido há mais de 30 anos.

Curtas 1
Entre nós, dinheiro, de Renan Rovida
(Brasil, 2011, 25min, 16 anos)
Filme dos outros, de Lincoln Péricles
(Brasil, 2015), 20min, 14 anos)
Um plano pode bastar II, de Coletivo Cinefusão
(Brasil, 6min, 14 anos)
Zigurate, de Carlos Eduardo Nogueira
(Brasil, 2009, 19min, 16 anos)

Curtas 2
Serra do mar, de Iris Junge
(Brasil, 2012, 17min, 14 anos)
A Gis, de Thiago Carvalhaes
(Brasil, 2016, 20min, 16 anos)
O real, de Bruno Marra
(Brasil, 2015, 10min, 14 anos)
Bela P, de João Marcos de Almeida
(Brasil, 2008, 25min, 18 anos)

Curtas 3
Filme para poeta cego, de Gustavo Vinagre
(Brasil, 2012, 26min, 18 anos)
Dia branco, de Thiago Ricarte
(Brasil, 2014, 19min, livre)
A casa cinza e as montanhas verdes, de Deborah Viegas
(Brasil, 2016, 16min, livre)
Quem matou Eloá?, de Livia Perez
(Brasil, 2015, 24min, 12 anos)

Curtas 4
E, de Helena Ungaretti, Miguel Antunes Ramos e Leo Wahrung
(Brasil, 2015, 17min, livre)
Giz, de Cesar Cabral
(Brasil, 2015, 10min, 14 anos)
A água-viva não possui esqueleto, de Manoela Cézar
(Brasil, 2016, 6min, 12 anos)
Memória de rio, de Roney Freitas
(Brasil, 2013, 14min, 14 anos)
Masterblaster, de Raul Arthuso
(Brasil, 2013, 19min, 14 anos)

Curtas 5
Quem tem medo de Cris Negão, de Rene Guerra
(Brasil, 2012, 26min, 12 anos)
Ocidente, de Flora Dias
(Brasil, 2016, 14min, 10 anos)
Na sua companhia, de Marcelo Caetano
(Brasil, 2011, 22min, 18 anos)

Curtas 6
Filme em Fúria, de Nana Maiolini
(Brasil, 2016, 24min, livre)
A vida do fósforo não é bolinho, gatinho, de Sergio Silva
(Brasil, 2014, 29min, 16 anos)
Através, de Amina Jorge
(Brasil, 2012, 10min, 14 anos)
A mão que afaga, de Gabriela Amaral
(Brasil, 2011, 19min, 12 anos)

Curtas 7
Deus, de Vinicius Silva
(Brasil, 2016, 25min, 12 anos)
Massacre de Pinheirinho – A verdade não mora ao lado, de Coletivo de Comunicadores Populares
(Brasil, 2012, 16min, 14 anos)
Memórias externas de uma mulher serrilhada, de Eduardo Kishimoto
(Brasil, 2011, 15min, 18 anos)
A Vermelha Luz do Bandido, de Pedro Jorge
(Brasil, 2009, 16anos, 14 anos)

Curtas 8
À propósito de Willer, de Coletivo Atos da Mooca
(Brasil, 2016, 18min, 10 anos)
Quando os dias eram eternos, de Marcus Vinícius Vasconcelos
(Brasil, 2016, 12min, 14 anos)
Tempos de cão, de Ronaldo Dimer e Victor Amaro
(Brasil, 2016, 24min, 16 anos)
Afeganistamos, de Irmãos Guerra e Grupo em Crise
(Brasil, 2017, 7min, 16 anos)
Colônia Penal, de Marco Escrivão
(Brasil, 2013, 9min 14 anos)

Curtas 9
Historiografia, de Amanda Pó
(Brasil, 2017, 4min, livre)
Tauri, de Marcio Miranda Perez
(Brasil, 2009, 7min, 14 anos)
Osquestra Invisível Lets Dance, de Alice Riff
(Brasil, 2017, 19min, 10 anos)
Ferroada, de Adriana Barbosa e Bruno Mello Castanho
(Brasil, 2017, 25min, 14 anos)

Curtas 10
Cidade vazia, de Cristiano Burlan
(Brasil, 2015, 8min, livre)
São Paulo com Daniel, de Deborah Viegas e Nicolas Thomé Zetune
(Brasil, 2015, 30min, 16 anos)
Aqueles anos de dezembro, de Felipe Poroger
(Brasil, 2016, 19min, livre)
Oma, de Michael Wahrman
(Brasil, 2011, 22min, 12 anos)

Curta 11
O duplo, de Juliana Rojas
(Brasil, 2012, 25min, 14 anos)
Os irmãos Mai, de Thais Fujinaga
(BRA, 2013, 19min, livre)
A boneca e o silêncio, de Carol Rodrigues
(Brasil, 2015, 19min, 16 anos)
USP 7%, de Bruno Bocchini e Daniel Mello
(Brasil, 2015, 15min, 12 anos)

Os dias com ele, de Maria Clara Escobar
(Brasil, 2013, 107min)
Maria Clara mergulha no passado quase desconhecido de seu pai, Carlos Henrique Escobar. Ela vive as descobertas e frustrações de acessar a memória deste homem que foi preso e torturado pela ditadura militar.

Escolas em luta, de Eduardo Consonni, Rodrigo T. Marques e Tiago Tambelli
(Brasil, 2017, 77min)
No Estado mais rico e um dos mais conservadores do Brasil, o modus operandi da educação pública sofre um revés quando estudantes secundaristas reagem ao decreto ̃́́ oficial que determina o fechamento de 94 escolas e a realocação dos alunos. A resposta estudantil surpreende. Em poucos dias, por meio de redes sociais e aplicativos, eles organizam uma reação em uma verdadeira Primavera Secundarista – algo completamente inédito. Ocupam 241 escolas e saem às ruas para protestar. O Estado decreta guerra aos estudantes. Toda relação se transforma após uma revolução. Escolas em luta aprende e ̃́̃ apreende com essa garotada um novo modo de construção e de estar no mundo.

Filme de aborto, de Lincoln Péricles
(Brasil, 2017, 63min)
Um casal jovem, morador da periferia de São Paulo, luta com as raras oportunidades de emprego e os abusos dos patrões. Quando descobrem que vão ter um filho, eles pensam se terão condições de criar uma criança e decidem que a melhor opção é abortar.

Jovens infelizes ou um homem que grita não é um urso que dança, de Thiago B. Mendonça
(Brasil, 2016, 125min)
Um grupo de artistas vive reunido em uma pequena casa. Sofrendo com as más condições financeiras, eles tentam criar uma verdadeira arte revolucionária, capaz de enfrentar o sistema e libertá-los da opressão do governo. Quando algumas tentativas falham, eles partem para medidas extremas.

A luta vive, de Coletivo Atos da Mooca
(Brasil, 2017, 17min)
São Paulo, julho de 1917. Durante os prelúdios da primeira grande greve operária da cidade, trabalhadores que protestavam na porta de uma fábrica no Brás são atacados pela polícia, resultando na morte do jovem sapateiro espanhol José Martinez. O filme mostra de forma onírica o cortejo fúnebre de Martinez em uma erma rua operária. Em algum momento da procissão, o espectro de Martinez desperta e vaga por ruínas de vilas operárias até chegar, por uma fresta no tempo, ao ano de 2017.

Nova Dubai, de Gustavo Vinagre
(Brasil, 2014, 55min)
Em uma cidade marcada pela crescente construção de arranha-céus, um grupo de jovens de classe média decide se apropriar dos espaços vazios e praticar sexo em lugares públicos. Eles fazem do filme uma forma de realizar os seus desejos sexuais e cinematográficos, enquanto compartilham suas visões sobre o amor, a morte e o prazer.

Precisamos falar do assédio, de Paula Sacchetta
(Brasil, 2016, 80min)
Durante a semana da mulher, uma van-estúdio para em nove locais de São Paulo e do Rio de Janeiro para coletar depoimentos de mulheres que já foram vítima de algum tipo de assédio.

Proxy reverso, de Roberto Winter e Guilherme Peters
(Brasil, 2014, 87min)
Davi Reis é um jovem paulistano, técnico em informática e que, ao perder seu emprego, é coagido por seu amigo Luis Pires a participar de um plano que busca provar que as eleições presidenciais de 2014 no Brasil foram uma fraude.

O que se move, de Caetano Gotardo
(Brasil, 2012, 97min)
Três famílias precisam enfrentar a chegada ou a perda de um filho, fato que causa uma grande mudança em suas rotinas. Cada núcleo lida com as dores e as alegrias da sua própria maneira, mas o amor sempre fala mais alto através da figura da mãe.

Sinfonia da necrópole, de Juliana Rojas
(Brasil, 2016, 94min)
Deodato é um aprendiz de coveiro não muito animado com a profissão. Sua rotina melhora quando Jaqueline surge no cemitério. Funcionária do serviço funerário, ela inicia um levantamento sobre túmulos abandonados com a ajuda do rapaz. A paixão o impede de pedir demissão, mas estranhos eventos continuam a abalar seu estado psicológico.

Videolência, de Núcleo de Comunicação Alternativa
(Brasil, 2009, 60min)
Filme feito pelo coletivo de realizadores audiovisuais Núcleo de Comunicação Alternativa (NCA, 2009), que têm como assunto as disputas entre distintas formas de representação do conceito de “periferia” e seus desdobramentos políticos.

SERVIÇO


Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro 1000
tel 3397 4002
Sala Lima Barreto (99 lugares)
GRÁTIS - a bilheteria será aberta uma hora antes da primeira sessão do dia